sábado, 13 de outubro de 2012

COMO A ÁGUA É ROUBADA DOS PAÍSES PRODUTORES - PARTE II

     Como explicado anteriomente a água é exportada em forma de commodities e o preço destes é controlado pela bolsa de chicago, por banqueiros e especularadores internacionais.

     Então de um lado temos o produtor rural, que trabalha buscando o seu sustento e de sua família pela sua produção laborosa em extrair da terra o seu fruto. Do outro lado temos a produção comercializada em um mercado central - bolsa de chicago - onde são atribuídos valores - papéis - à produção agrícola e pecuária mundial.

     É forçoso concluir que tais papéis entram em um sistema que pode ser chamado de cassino especulativo, onde em operações de compra e venda pelo "preço do dia" pode levar a lucros absurdos, sem que se saia de uma cadeira de uma sala em wall street.

     Neste cassino, pouco importa o sofrimento e a miséria do produtor rural.

     Se do outro lado temos os especuladores, com compra e venda de mercadoria nos depósitos - estoques - ou mercadoria do chamado "mercado futuro", do outro lado temos os produtores rurais precionados pelos custos da produção e pela incerteza da resultado do seu trabalho.

     O ônus da incerteza é exclusivo do produtor, contudo todos os custos também correm por conta deste.
 
     Para dar uma noção do tal cassino especulativo, toda a produção do soja brasileiro foi vendido no chamado "mercado futuro". Ou seja, a colheita foi vendida antes mesmo de ser plantado, assim o produtor garantiria uma receita monetária para poder investir na sua produção, sofrendo menos interverência dos empréstimos dos "banqueiros".

     Com a venda de a produção, ocorreu o fenômeno da estiagem nos EUA - grande produtor da leguminosa - que arrasou a produção do commoditie - soja - no mercado americano. Deste modo a colheita recorde da safra brasileira já estava comercializada e o preço do papel do produto em estoque foi à estratosfera, gerando grande lucros aos operadores que investiram no tal mercado futuro.

     O problema é que para a indústria moageira do soja no Brasil - produtora de óleo de soja - não há mais soja disponível para moagem e produção, deste modo mesmo sendo o maior produtor mundial da leguminosa o Brasil terá que importar grãos em 2012 para abastecer o mercado interno.

     O mais irônico da coisa é que a importação se dará com produto em estoque no mercado interno.

     Como fica o produtor em relação à margem de lucro obtido pelo especulador? Dane-se...é o velho mercado "liberal" dos banqueiros ditandos as regras e centralizando as riquezas às coorporações.

     Mas dentro de uma realidade de uma cadeia de produção, na verdade é o produtor quem está em risco com a sua produção. É ele quem procura para produzir os meios econômicos e assume os riscos da produção em caso de quebra.

     O referido risco diz respeito à garantia dada para os chamados empréstimos para produção rural, e garantia é a própria terra do produtor. O empréstimo é necessário para a aquisição de insumos agrícolas ou pecuários.

     A produção e comercialização de tais insumos são dominados por corporações internacionais - basf, pioneer, monsanto, etc - que impõe o preço ao consumidor em condição de único fornecedor, sem sofrer os riscos da concorrência.

     Assim o empréstimo contraído pelo agricultor/pecuarista é repassado para o produtor de insumo agrícola, que por sua vez repassa aos agentes financeiras - "banqueiros" - para emprestar aos produtores. Nesta operação a usura e a agiotagem é o que prevalece.

     Desta forma, o agricultor/pecuarista é refém dos sistema dos "banqueiros" que nada perdem, somente tem a ganhar.

     Deste modo, que na verdade é dono da produção agrícola/pecuária não é o produtor, mas sim seu agente financeiro.

     E aquí está o grande roubo da água, embutida na produção rural. A riqueza dos países produtores é entregue aos grandes especuladores e agiotas internacionais.

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